Cheia dos rios no AM já afeta mais de 195 mil pessoas com 18 municípios em emergência

  • 13/05/2025
(Foto: Reprodução)
De acordo com o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, as nove calhas dos rios amazonenses devem continuar em processo de cheia até, pelo menos, o mês de junho. Ribeirinho navega pelo rio Amazonas em meio à cheia que já ultrapassa os 7 metros, realidade que afeta o dia a dia de comunidades nas áreas alagadas Arney Barreto/TV Tapajós O número de municípios em situação de emergência por causa da cheia dos rios no Amazonas subiu para 18, conforme o boletim mais recente da Defesa Civil do Estado, divulgado nesta terça-feira (13). Mais de 195 mil pessoas já foram afetadas pelo fenômeno. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp A previsão é de que o cenário se prolongue. De acordo com o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, as nove calhas dos rios amazonenses devem continuar em processo de cheia até, pelo menos, o mês de junho. Na atualização mais recente, o município de Japurá, banhado pelo rio de mesmo nome — afluente do Solimões —, passou do estado de alerta para emergência. Confira a lista dos 18 municípios que estão em situação de emergência e as medições nesta terça-feira (13): Humaitá - Rio Madeira Apuí - Rio Madeira Manicoré - Rio Madeira Boca do Acre - Rio Purus Guajará - Rio Juruá Ipixuna - Rio Juruá Novo Aripuanã - Rio Madeir Benjamin Constant - Rio Solimões Borba - Rio Madeira Tonantins - Rio Amazonas Itamarati - Rio Juruá Eirunepé - Rio Juruá Atalaia do Norte - Rio Solimões Careiro- Rio Solimões Santo Antônio do Içá - Rio Solimões Amaturá - Rio Solimões Juruá - Rio Solimões Japurá - Rio Amazonas Além dos municípios em emergência: 17 estão em estado de atenção, 26 em alerta, e um em normalidade. 🌧️ Segundo o meteorologista e pesquisador Leonardo Vergasta, dois fenômenos explicam o aumento no volume dos rios em comparação a 2024: O Inverno Amazônico, que traz chuvas acima da média para a Região Norte e deve durar até o fim de maio. O La Niña, que chegou ao fim em abril, mas deixou consequências. “No início de 2025, tivemos a atuação do La Niña, que resfria as águas do Pacífico Equatorial. Isso aumenta a intensidade das chuvas na região. Como coincidiu com nosso período chuvoso, desde fevereiro, toda a bacia amazônica registrou volumes de chuva acima do normal”, explicou o pesquisador. LEIA TAMBÉM: Cheia dos rios no Amazonas não deve superar recorde histórico em Manaus e outros três municípios, aponta SGB Águas do Rio Madeira encobrem Transamazônica Águas do Rio Madeira encobrem rodovia Transamazônica, no Amazonas, e afeta moradores. Rede Amazônica A Transamazônica desapareceu sob as águas do Rio Madeira, durante o período de cheia. Vinte quilômetros da rodovia estão submersos. A BR-230 é a única via terrestre que dá acesso de Humaitá à cidade de Apuí e ao distrito de Santo Antônio do Matupi, em Manicoré, todos em situação de emergência. O ônibus que faz o trajeto entre as Humaitá e Apuí deixa os passageiros até o local onde é possível trafegar, mas para seguir viagem até o outro lado da rodovia, só através de uma pequena embarcação. A espera chega a até 3 horas e sai lotada, sem segurança e sem colete salva vidas. Cada passageiro ainda precisa desembolsar R$ 100 por um trecho de uma hora e meia e o caminho é feito no meio da floresta alagada. Além das despesas com ônibus, a dona de casa Adriana Carneiro, pagou R$ 180 para levar os dois filhos para a escola, no município de Humaitá. "R$ 180 reais só pra ir, pra voltar mais R$ 180. Isso se não tiver que pagar bagagem, porque às vezes passa do limite. Aqui não teve, não teve ajuda de ninguém até o momento", disse a dona de casa durante o trajeto. Os reflexos da cheia já impactam o comércio em Apuí e no distrito de Santo Antônio do Matupi, segundo o comerciante Gildásio da Silva Filho. "Hoje estamos enfrentando problemas. A gasolina aumentou R$ 0,30, R$ 0,40. Para nós, isso é muito. O gás, que custava R$ 120, teve um acréscimo de R$ 25 a R$ 30 por botijão. Não é que estão se aproveitando da situação, é o frete que está caro", relatou. Com a estrada submersa, caminhões e carretas precisaram mudar a rota. Agora, os veículos param em um porto particular em Humaitá e seguem até Apuí por balsas alugadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O trajeto, que antes levava cerca de 12 horas pela Transamazônica, passou a durar, em média, quatro dias, navegando pelos rios Madeira e Aripuanã até a comunidade da Prainha — de onde a carga finalmente segue viagem por terra. A cheia do Rio Madeira afeta ao menos dez cidades do Amazonas. O município de Humaitá é um dos mais impactados pelo alto nível do rio, e nesta quarta-feira atingiu a cota de 23,44 metros, e se aproxima da cota histórica de 25,63 metros. 🔴 Cota máxima registrada (2014): 25,63m ⚪ Cota de alerta: 15,00m Na Zona Rural de Humaitá, a cheia está devastando plantações e afetando a rotina escolar. De acordo com a Defesa Civil, cerca de 16 mil pessoas já foram afetadas pela cheia do rio. Cheia do Rio Amazonas avança sobre o cais e preocupa moradores de Óbidos

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/05/13/cheia-dos-rios-no-am-ja-afeta-mais-de-195-mil-pessoas-com-18-municipios-em-emergencia.ghtml


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