Entre o verde e o vermelho: possível híbrido de topetinho é flagrado na Mata Atlântica

  • 18/09/2025
(Foto: Reprodução)
Possível híbrido de topetinho é flagrado na Mata Atlântica Duco Roberto Um flagrante raro chamou a atenção no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), no sul de São Paulo. Em setembro, um beija-flor com características incomuns foi registrado em bebedouros instalados na região de Iporanga. O autor das imagens foi o guia de observação de aves Duco Roberto, que mantém uma pousada voltada ao turismo de birdwatching no entorno do parque. Acostumado a receber até 17 espécies diferentes de beija-flores nos bebedouros — entre elas o fadinha (Heliothryx auritus) e o topetinho-verde (Lophornis chalybeus) — Duco notou um voo estranho que despertou sua atenção. “De imediato percebi que não era o movimento típico do topetinho-verde, que aparece bastante por aqui. A forma de voar lembrava o topetinho-vermelho (Lophornis magnificus), mas havia algo diferente. Quando a luz do sol bateu na cabeça, brilhou como uma esmeralda. Foi nesse momento que corri para pegar a câmera e consegui registrar as imagens”, descreve. Um flagrante raro chamou a atenção no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), no sul de São Paulo Duco Roberto Segundo o guia, o indivíduo apresentava traços intermediários entre os dois topetinhos. A suspeita é que se trate de um híbrido natural entre as duas menores espécies de beija-flores do Brasil: o topetinho-verde, que mede de 7,5 a 8,5 cm e pesa cerca de 3 gramas, e o topetinho-vermelho, considerado o menor do país, com 6,8 cm e também 3 gramas. Para confirmar a hipótese, as imagens foram analisadas pelo biólogo Vítor Piacentini, professor do programa de Pós-Graduação em Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso. “Tudo indica que realmente se trata de um híbrido entre o topetinho-verde e o topetinho-vermelho, espécies que coexistem na Mata Atlântica”, explica Piacentini. Comparação entre espécies Leonardo Casadei e Duco Roberto/Arte TG O especialista lembra que hibridações em beija-flores não são incomuns, mas sempre intrigam a ciência. “A seleção sexual nesses animais acelera mudanças na plumagem e pode favorecer a ocorrência de híbridos. Em muitos casos, eles apresentam mosaicos de características das espécies parentais ou mesmo traços inéditos. A existência de indivíduos como esse mostra que as barreiras de reconhecimento entre espécies, embora fortes, não são absolutas”, completa o pesquisador. Casos semelhantes já haviam sido registrados em Ubatuba (SP), em 2009 e 2022. Agora, o flagrante no Petar amplia a lista de registros e reforça a importância da região como refúgio para a diversidade de aves da Mata Atlântica. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2025/09/18/entre-o-verde-e-o-vermelho-possivel-hibrido-de-topetinho-e-flagrado-na-mata-atlantica.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Anunciantes