Ex-delegado executado liderava projetos para reduzir gastos públicos em Praia Grande, diz prefeito

  • 18/09/2025
(Foto: Reprodução)
Ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi assassinado enquanto ocupava cargo de secretário de Administração de Praia Grande Reprodução e Prefeitura de Praia Grande O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, executado por criminosos em Praia Grande, no litoral de São Paulo, trabalhava para reduzir gastos públicos à frente da Secretaria de Administração da cidade. Segundo o prefeito Alberto Mourão (MDB), a vítima desenvolvia três projetos que poderiam resultar na economia de R$ 15 milhões por ano. Ruy foi executado na noite de segunda-feira (15), após cumprir expediente na prefeitura. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que dois suspeitos já foram identificados, mas ninguém havia sido preso até a última atualização desta reportagem. A Polícia Civil tem duas linhas principais de investigação: uma possível vingança pela atuação de Ruy contra chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e a reação de criminosos insatisfeitos com medidas adotadas por ele na Secretaria de Administração de Praia Grande (SP). ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Segundo Mourão, entre os principais projetos conduzidos por Ruy estava a renovação da frota municipal de veículos, com a substituição de automóveis movidos a combustível por elétricos. “Ele estava tocando esse projeto que era prioridade para mim”, afirmou. O prefeito também destacou que o secretário trabalhava na implantação de um sistema de "Uber Empresarial", para reduzir a frota, além da criação de uma central de chamadas para os veículos oficiais. “Era a prioridade do meu governo para a redução de gastos”, completou. Ruy Ferraz Fontes é executado com mais de 20 tiros no litoral de SP Segundo a Prefeitura de Praia Grande, a ideia era colocar os projetos em prática no decorrer da atual gestão, mas sem data prevista. Perguntado sobre eventuais planos para um futuro substituto no cargo de secretário de Administração, Mourão afirmou que o município está "respeitando o luto" e ainda não discute o assunto. Motivação Ao g1, Mourão afirmou anteriormente que não acredita que a morte do ex-delegado tenha relação com o cargo que ele ocupava na prefeitura, uma vez que Fontes cuidava de compras, recursos humanos e patrimônio à frente da secretaria. "Ele estava tranquilo, não contrariou interesse de ninguém", afirmou o prefeito, dizendo que não soube de nenhum problema relacionado ao ex-delegado na administração. "Se tivesse sido algum problema administrativo, os caras não iam vir com três metralhadoras". Prefeito Alberto Mourão falou sobre a execução do secretário de Administração, e ex-delegado-geral, Ruy Ferraz. Prefeitura de Praia Grande e Reprodução Dr. Ruy na Secretaria de Administração Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou que a gestão de Fontes à frente da Secretaria de Administração foi marcada por medidas voltadas aos servidores municipais, como a aprovação de planos de carreira, programas permanentes de capacitação e o fortalecimento do diálogo com o sindicato da categoria. Segundo o município, ele também implantou ferramentas tecnológicas para dar mais transparência à gestão, como o Diário Oficial Eletrônico. De acordo com a prefeitura, a Secretaria de Administração é responsável por coordenar as atividades de apoio administrativo, abrangendo o processo de desenvolvimento de informática e de tecnologia da informação. Segundo o município, a pasta promove também o "aprimoramento organizacional e centraliza o tratamento das questões de pessoal e desenvolvimento de recursos humanos". Execução O assassinato de Ruy Ferraz Fontes ocorreu momentos após ele cumprir expediente na Prefeitura de Praia Grande. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Outras câmeras flagraram o momento em que três criminosos portando fuzis desembarcam de uma caminhonete que estava logo atrás do carro de Ruy Ferraz e atiram contra o ex-delegado (veja abaixo). Infográfico: criminosos fazem tocaia antes de iniciar ataque e perseguição ao delegado Arte/g1 Quem era Ruy Ferraz Fontes Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Ruy Ferraz Fontes em SP Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o PCC. Comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes teve passagens por delegacias especializadas como o DHPP, o Denarc e o Deic. Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa. Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo. Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias. Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/09/18/ex-delegado-executado-liderava-projetos-para-reduzir-gastos-publicos-em-praia-grande-diz-prefeito.ghtml


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