Incêndio em clínica: polícia do DF faz intervenção em outra unidade e prende três suspeitos por cárcere privado

  • 17/09/2025
(Foto: Reprodução)
Área de lazer da clínica Liberte-se no Lago Oeste, em imagem de divulgação Instagram/Reprodução A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nesta terça-feira (16), em flagrante, três responsáveis por uma unidade no Lago Oeste da clínica Liberte-se, voltada à recuperação de dependentes químicos. Essa era a única das três instalações da Liberte-se a continuar funcionando desde que uma das "filiais" no Paranoá pegou fogo, no último dia 31, deixando cinco mortos e 11 feridos. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do DF em tempo real e de graça A operação desta terça foi chamada pela Polícia Civil de "Portas Abertas", e definida após uma inspeção feita pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF e pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Os órgãos receberam relatos de internos sobre "graves irregularidades" no local. As denúncias citavam indícios de: cárcere privado; agressões físicas; restrição de contato dos internos com familiares; administração irregular de medicamentos. Vídeo institucional da Liberte-se fala em 'cuidado' e 'atenção' com internos e famílias Nesta terça, equipes da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II) ouviram 27 pacientes da clínica, que confirmaram os relatos. "As equipes conseguiram localizar os dois proprietários da clínica e um coordenador, que foram autuados em flagrante pelo crime de cárcere privado e estão à disposição da Justiça", informou o delegado Ricardo Viana. O g1 acionou o DF Legal e a Secretaria de Saúde do DF para saber se a clínica será interditada formalmente – e para onde seriam levados esses internos, em caso de interdição. Os três presos devem passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (17), quando será definido se eles poderão responder em liberdade ou se seguirão em prisão preventiva por tempo indeterminado. DF: 5 pessoas morrem em incêndio em clínica irregular de recuperação de dependentes Três unidades fechadas Até o fim de agosto, antes do incêndio, a Liberte-se atuava com três unidades espalhadas pelo DF: uma, na chácara 420 do Núcleo Rural Colombo Cerqueira, no Paranoá – que sequer havia sido comunicada às autoridades, e onde o fogo deixou cinco mortos; outra, na chácara 470 do Núcleo Rural Colombo Cerqueira, no Paranoá – a poucos metros da que pegou fogo, e que foi interditada no dia seguinte por falta de laudos; uma terceira, na Rua 18 do Núcleo Rural Lago Oeste, em Sobradinho II – que foi alvo da operação desta terça e pode ser interditada após a ação da Polícia Civil. “A validade da licença para funcionamento da clínica na chácara 470 venceu no mês passado. Dessa forma, a chácara 470 está irregular no momento, mas as licenças não estavam vencidas no ano passado, quando foi feita a fiscalização. O funcionamento na chácara 420 também não está previsto no licenciamento existente para o CNPJ da empresa localizada na 470. Dessa forma, um funcionamento na 420 também seria irregular”, afirmou o DF Legal no início do mês. Bombeiros combatem incêndio em casa de recuperação de dependentes químicos no Paranoá. Incêndio deixa cinco mortos Um incêndio na unidade da chácara 420, no Paranoá, deixou 5 mortos e 11 feridos na madrugada do dia 31 de agosto. O fogo começou na sede do instituto, onde estavam cerca de 20 internos. Outros 26 estavam em dormitórios do lado de fora e conseguiram ser salvos. Na sede da clínica, foram localizados cinco corpos carbonizados de homens. O local estava trancado e com grades nas portas e janelas, o que dificultou a saída dos pacientes. Outras 11 pessoas, com idades entre 21 e 55 anos, ficaram feridas, apresentando queimaduras e intoxicação por fumaça. Elas foram retiradas durante o combate ao fogo e encaminhadas a hospitais do DF. A 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, investiga o caso e apura as causas do incêndio. Em nota divulgada à época do fogo, o Instituto Terapêutico Liberta-se lamentou o ocorrido e afirmou que está à disposição para "esclarecer as circunstâncias do ocorrido". Clínica clandestina De acordo com o delegado Hugo Maldonado, da 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá, a clínica que pegou fogo operava de forma clandestina e não tinha condições de receber pacientes. Para obter o alvará de funcionamento, um estabelecimento precisa conter uma série de documentos comprobatórios que atestem sua segurança e operacionalidade. O instituto também não tinha liberação de funcionamento expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). A corporação afirmou que não havia histórico de vistorias realizadas no local (veja nota abaixo). A Secretaria de Saúde também negou a existência de autorização sanitária para funcionamento. O que disse o Liberte-se após o incêndio "A direção do Instituto Terapêutico Liberte-se lamenta profundamente o trágico incêndio ocorrido em nossas dependências na madrugada deste domingo (31), que resultou em perdas irreparáveis. Manifestamos nossa solidariedade e consternação às famílias e amigos das vítimas, compartilhando a dor deste momento de imensa tristeza. Informamos que já estamos em contato com as autoridades competentes e colocamo-nos inteiramente à disposição para colaborar com as investigações, fornecendo todas as informações necessárias para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e com a apuração rigorosa dos fatos." Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/09/17/incendio-em-clinica-policia-do-df-faz-intervencao-em-outra-unidade-e-prende-tres-suspeitos-por-carcere-privado.ghtml


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