O que se sabe sobre os reféns que Hamas ainda mantém em Gaza
16/01/2025
Dentre as 251 pessoas feitas de reféns pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 94 ainda estariam em Gaza, segundo apurou o BBC Verify. Famílias de reféns se manifestam no Portão Begin em Tel Aviv
Israel e o Hamas fecharam um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns.
Dentre as 251 pessoas feitas de reféns no dia 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu Israel, 94 ainda estariam em Gaza, segundo apurou o BBC Verify, serviço de checagem de informação da BBC News, dos quais 60 estariam vivos e 34 estariam mortos.
Há ainda outras quatro pessoas que foram feitas de reféns entre 2014 e 2015, duas delas mortas.
A informação sobre os 34 reféns dados como mortos é baseada em anúncios das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) após investigações, declarações de kibutzim e organizações que representam as famílias.
Se confirmada, significa que os outros 60 reféns ainda estariam vivos.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
No entanto, desde 7 de outubro, o Hamas tem reivindicado um número maior de mortos entre os reféns em Gaza. Não foi possível ainda confirmar isso.
Cerca de 109 reféns foram libertados por meio de negociações, seja por motivos humanitários ou durante o cessar-fogo temporário ocorrido entre 27 e 30 de novembro de 2023.
Outros 8 reféns foram resgatados pelas forças israelenses, que também recuperaram os restos mortais de 40 reféns em Gaza.
Isso inclui 3 reféns mortos acidentalmente pelas IDF em 15 de dezembro de 2023.
LEIA TAMBÉM
Palestinos comemoram antes mesmo de acordo de cessar-fogo ser anunciado; VÍDEO
Guerra em Gaza deixou mais de 48 mil mortos em pouco mais de um ano; veja cronologia
A guerra acabou? Por que o acordo entre Hamas e Israel só saiu agora? Entenda a situação em Gaza
Como será a libertação dos reféns
De acordo com autoridades dos EUA e do Hamas, Israel e o Hamas concordaram com um acordo de reféns e cessar-fogo.
Abir Sultan/EPA via BBC
O acordo de cessar-fogo pactuado neste 15 de janeiro preveria várias etapas, segundo uma versão do documento vazada ao público.
A primeira fase seria um cessar-fogo inicial de seis semanas. Durante esse período, o Hamas libertaria 33 dos reféns que capturou no ataque de 7 de outubro. Não está claro quantos dele ainda estariam vivos.
Em troca de cada refém libertado, Israel libertaria dezenas de prisioneiros palestinos.
Israel retiraria seus soldados das partes mais densamente povoadas da Faixa de Gaza para uma zona-tampão.
Mais ajuda e combustível seriam imediatamente autorizados a entrar e haveria um retorno controlado dos 2 milhões de deslocados de Gaza para suas casas ou que restou delas após os bombardeios.
Ainda haveria um grupo de reféns israelenses — homens em idade militar — que não faria parte da primeira libertação.
O destino deles teria sido deixado para outra rodada de negociações que deveriam começar 16 dias após o cessar-fogo.
É a partir daí que as principais questões sobre o futuro de Gaza — como por quem será governada e se Israel vai se retirar totalmente do território — deveriam ser abordadas.
Famílias agradecem a Biden e Trump
Montagem mostra Joe Biden e Donald Trump
REUTERS/Craig Hudson
As famílias de cidadãos americanos mantidos em cativeiro em Gaza dizem que estão "profundamente gratas" por um acordo ter sido alcançado "para trazer nossos entes queridos para casa".
Em uma declaração, o grupo Families of American Hostages agradeceu ao presidente americano Joe Biden, ao presidente eleito Donald Trump e às suas equipes por seus esforços.
"A colaboração incansável entre Israel, Egito, Catar, Estados Unidos e outras partes foi fundamental para chegar a este momento", acrescentaram.
O grupo disse que os próximos dias serão "tão dolorosos para nossas famílias quanto a totalidade das horríveis provações de nossos entes queridos".
Eles pediram que todas as partes cumpram o acordo de cessar-fogo até que todos sejam devolvidos.
"Estamos esperançosos que, sob a liderança do presidente Trump, cada último refém volte para casa", acrescentaram.
Com reportagem de Jonah Fisher, de Jerusalém
VÍDEOS: mais assistidos do g1